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Histórias da Nimaídia

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O início da viagem

Durante a primeira refeição do dia, pudemos conversar todos juntos e aprender sobre o passado de cada um. Além de Gmili e Kranus, havia várias pessoas bem diferentes entre si.

Katrina e Engeld, os dois gnomos que socorremos no templo, eram irmãos. Ela era uma clérica muito calma e serena, talvez até demais. Assim como seu irmão, passara toda a vida na vila dos Gnomos, e nunca havia combatido.

Iluvatar era um homem que, como eu, utilizava um arco e flecha para lutar. Bastante ágil também com a espada. Um homem calado que gostava de se guardar para si mesmo. Não nos disse muito sobre o seu passado, talvez por não gostar muito de lembrar dele, mas isso seria tentar advinhar seus motivos.

Vudjak era um ranger muito tranquilo, e um mestre em sobrevivência na selva. Como eu e Iluvatar, ele também manjeva um arco. Ele tinha um irmão gêmeo, que a muito estava perdido. Estava viajando tentando encontrá-lo, mas em vez disso, encontrou por acaso uma outra coisa, que também era a pessoa (ou o ser) mais interessante do grupo.

Abrieht era uma fada. Eu sabia que existiam várias coisas no mundo que eu não conhecia, mas até conhecê-la nunca havia sequer ouvido falar em fadas. Ela tinha a aparência de uma mulher, mas com dois palmos de altura e asas como de borboletas. Além disso, não era qualquer fada, era uma fada druida! Muito amiga e bondosa, sempre procurando saber mais sobre todos. No entanto, ela tinha um passado sombrio. Orcs haviam destruído sua vila e assassinado todos que ela conhecia e amava. Ela nunca havia deixado sua vila, cuja localização era secreta, e assim como nós nunca havíamos falar dela, ela nunca ouvira falar de humanos, anões ou elfos. Ela se juntou a nós, na esperança de encontrar aquele responsável pelo ataque, e vingar-se. Dada a natureza dela, não sei se acredito que tenha coragem de matar o responsável a sangue frio se o encontrar, mas a morte de todos que se conhece pode mexer com uma pessoa.

Após a refeição, saímos pela estrada para Romani. No caminho, encontramos um senhor de idade já avançada parado no meio da estrada. Ele parecia estar em um estado de concentração muito avançado. Quando Gmili se aproximou dele, ele lhe estendeu a mão num gesto brusco, como se prestes a soltar uma magia. Nos assustamos, mas ele logo recolheu a mão, e foi embora andando sem dizer nada. Lembrando disso agora com o balanço do barco, Gmili passou a se mostrar mais perspicaz e inteligente desde então. Talvez o velho o tenha ajudado de alguma forma.

Quando estava quase escurecendo, chegamos a uma clareira em meio a várias árvores e decidimos acampar. Fiquei com o último turno de guarda. Quando estava amanhecendo, flechas começaram a cair ao nosso redor. Estávamos sendo atacados.

A História de Orod

A história de Orod nos pareceu um tanto mal contada. Ele disse que em alguns dias haveria uma grande celebração na grande cidade de Romani, que não era muito distante. Durante a celebração, um traidor da ordem de Orod iria tentar abrir um portal para o inferno. Cada um de nós estava carregando um objeto com um símbolo sagrado, e que poderíamos usá-los para fechar o portal, mas que morreríamos no processo.

Concordamos que a história era muito estranha, mas como Orod sabia várias coisas sobre o passado de outras pessoas do grupo, decidimos fazer o jogo dele.

Após a "reunião", participamos de um grande banquete com os gnomos. Eu e o anão ficamos benbendo e conversando durante muito tempo, nos tornamos bons amigos desde então. Ele tinha amnésia, e não se lembrava do nome verdadeiro. Gmili era como as pessoas o chamavam desde que ele se lembra. Havia trabalhado numa taverna da cidade durante um bom tempo. Ele era muito grande para anão (em largura, principalmente) e gosta de uma boa cerveja como ninguém!

Na volta, havíamos bebido muito e quase não encontramos o caminho de volta. Os que sabiam onde era a estalagem onde deveríamos passar a noite foram embora mais cedo, e nós tivemos que encontrá-la sozinhos. Havíamos eu, Gmili e Kranus, um jovem feiticeiro.

Kranus se mostrou um tanto descortês, dando ordens todo o tempo e muitas vezes sendo rude. Ele era apenas um jovem em seus 17 verões, e parecia que havia dedicado tempo demais aos estudos. O tipo de pessoa que sempre levou a vida mais a sério do que deveria e cobra de todos a mesma atitude.

Depois de uma busca pela cidade, conseguimos encontrar a estalagem depois de acordar quase a vila inteira. A fada nos ouviu chamando do lado de fora quando ao passarmos pela estalagem, e veio abrir a porta para nós. Nós partimos na manhã seguinte.

O primeiro dia

Estamos em um barco a caminha de recuperar nossas almas. Nunca havia escrito em um diário antes. Este foi um presente de uma pessoa muito especial. Ela me fez prometer usá-lo em uma "aventura", com uma de minhas músicas. Havia me esquecido dele até agora, mas com o balanço do barco e vários pensamentos diferentes na cabeça, heis que me lembro. Devo dizer que quando você é personagem numa "aventura" de verdade, não é tão emocionante ou glamuroso como nas histórias.

Mas não vou escrever sobre isso agora. Preciso falar primeiro sobre as almas. Tudo começou quando cheguei em Teeld. Acabara de sair de Êmtivyl, onde os negócios não haviam ido bem. Acabara de chegar e estava dormindo na estalagem da cidade.

Lá pelo décimo quinto sono, fui acordado pelo proprietário dizendo que eu precisava ir embora. Havia alguma espécie de emergência na cidade. Ao sair, encontrei uma pequena confusão. Dois homens, um anão e um espécie de criatura voadora estavam indo em direção a floresta e falando alto a respeito de um templo. Havia um outro homem encapuzado que estava conversando com o dono da estalagem, e em seguida saiu em direção ao primeiro grupo. Senti uma vontade incontrolável de seguí-los, e assim o fiz. Pensando agora sobre isso, eu devia estar sob algum tipo de magia de controle da mente, de tão impulsivo.

Tentei conversar um pouco com o homem encapuzado, que percebi depois ser apenas um garoto em seus 17 anos. Ele estava muito mal humorado e nervoso. Não obtive muito sucesso na conversa.

Em pouco tempo chegamos a um templo de GlitterGold, um dos deuses dos gnomos. Havia um grupo de orcs atacando dois gnomos dentro do templo. Ao chegarmos, tentamos salvar os dois pequeninos. Foi uma luta difícil. Havia um orc em especial que parecia comandar os outros e que era muito poderoso. No final, quando só havia sobrado ele, ele invocou tipo de escudo mágico em volta dele, que ao atacá-lo, me transformei em pedra. Pouco depois ele desapareceu e eu voltei ao normal.

Os dois gnomos que estavam sendo atacados se chamavam Katrina e Engeld. Eles nos levaram para sua vila para conversarmos com o gnomo mestre, Orod. De alguma forma, ele sabia que estávamos ali e queria falar com nós sete: os seis que haviam chegado ao templo e com a gnoma Katrina.

Encontramos o mestre gnomo em seu salão. Havia uma cadeira no fundo onde ele estava sentado. E ele nos contou uma história.